Liquido e sólido, dois estados da matéria.
O primeiro pode ser transformado no segundo, mas o segundo
jamais no primeiro.
Exceto pela pedra metálica, essa pode ser derretida, mas não
sem esforço, para tal, é necessário calor intenso e cuidado maior ainda, mas
logo que esfria, sólido novamente fica.
Na natureza é possível encontrar a água em todos os seus
estados físicos, não a pedra.
Essa é apenas sólida, a dureza a rigidez é a sua
personalidade. É verdade que ela pode ser moldada, mas não sem esforço, não sem
perdas.
Pelas mãos do homem o molde pode sair rápido ou lento,
depende de quem a manuseia e da sua intenção. Se é pra fazer uma casa, com uma
máquina, faz-se depressa, se é para fazer arte, tempo se leva.
Já na natureza, milhares de anos se levam para esculpir a
arte na pedra. Nesse caso o artista são os elementos e a água é um deles. Grande
força essa que imprime a sua marca ao longo dos anos e gasta, racha, quebra, esculpe.
Acontece que ao contrário da pedra estática, a água tem sua
volúpia e em seus arroubos apaixonados, invade, destrói e mata.
A água não tem limites, não há força capaz de detê-la, não há pedra capaz de segurá-la quando à vontade de Netuno se faz presente.
Ela não vê vontade, necessidade, tão pouco limite, o que quer ela conquista e quando se encontra saciada retorna ao seio da terra, tal como um vulcão adormecido.
A água não tem limites, não há força capaz de detê-la, não há pedra capaz de segurá-la quando à vontade de Netuno se faz presente.
Ela não vê vontade, necessidade, tão pouco limite, o que quer ela conquista e quando se encontra saciada retorna ao seio da terra, tal como um vulcão adormecido.
A pedra que constrói a casa, soterra o homem;
A água que aplaca a sua sede, o afoga;
A pedra que é bela nas mãos do artista, é arma nas mãos do
bandido;
A água que é vida nas plantações, é morte nas inundações.
Mas, uma coisa apenas ainda me faz pensar...
A água gasta a pedra, pode até destruí-la com o tempo, mas o
que pode a pedra contra a água a não ser fazer ondas em sua superfície?