Se existe algo em que eu acho que acertei, ou que venho acertando na minha vida, é na criação da minha filha. Do ponto de vista feminino, é com a mãe que a filha se identifica, é o nosso modelo que ela vai levar para o resto da sua trajetória enquanto ser humano.
Há muitos anos, quando elaborei a minha monografia, baseei todo o meu trabalho justamente sobre esse assunto. No livro , A Insustentável Leveza do Ser, do grande autor Millan Kundera, uma de suas personágens femininas principais vivia a sombra da imagem da mãe e o espelho era o seu maior algóz.
Tenho orgulho de ver que minha filha se olha no espelho e não se sente ameaçada pela minha figura, que eu não sou uma mãe superlativa. Emociona-me perceber que ela em muito já me supera, sem perder o amor e o respeito que tem por mim, percebendo que a contribuição mais valiosa que eu posso dar a ela é a minha experiência e não meu conhecimento, pois o conhecimento é volátil e a experiência é perene.
Dizem que temos que deixar nossa marca no mundo, plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Digo a vocês que a arvore pode ser que eu nunca plante, que o livro nunca passe de blog, mas, com certeza a minha filha é o meu best seller!
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
O peso da existência
Existe um provérbio tcheco que diz: “Para
um cavalo cansado até o rabo é um peso”.
Essa é uma verdade máxima, temos que
reconhecer o nosso próprio cansaço e o alheio. Um cavalo cansado pode,
literalmente, morrer.
Uma lenda africana diz que um rei muito
poderoso, a uma certa altura sofreu um revés do destino e foi deposto por seus
ministros, condenado a abandonar o lugar que outrora fora seu reino, podendo
levar apenas as suas esposas, seu escravo particular e toda a riqueza que
coubesse em apenas um cavalo.
Acontece que uma das esposas, já famosa
por sua vaidade e gosto pelo luxo e riqueza, temerosa de viver em penúria,
coloca sobre o cavalo tal quantidade de objetos e sacas de ouro e valores, que
não muito longe do reino o animal sucumbiu a tamanho esforço, encontrando o seu
fim.
Muitas vezes em nossas vidas achamos que
somos assim, o Colosso de Rodes, carregando o peso do mundo em nossas costas,
assumindo para nós responsabilidades de outras pessoas, seus problemas, suas
agonias.
Temos a falsa ilusão de que sem nós o
mundo não anda, que ele precisa de nós, de nossa assistência, quando ao fim
caímos cansados e combalidos, nos deparamos com a triste verdade: ninguém está nem aí!
O mundo não te espera melhorar, a hora que
você não serve mais pra nada, passa por cima e ainda se admira de você ter
caído, como se isso fosse um sinal de fraqueza.
O mundo não é para os fortes, é para os
que sabem parecer fracos!
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