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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Natal época de reflexão...




Naquela correria de fim de ano, no caso desse ano de fim de mundo (kkkk), poucos param para refletir nas mensagens implícitas do Natal.

Religiões a parte, quando Roma decidiu, por questões políticas, reconhecer oficialmente a existência de uma igreja cristã, nomeou-a Igreja Católica apostólica Romana, vejam bem Romana, não Judaica, não Cristã, não Palestina, não Israelense, Romana! Era o velho e bom se não pode vencê-los junte-se a eles, domine a fé do seu oponente e o dominará também.

Bem, quando essa decisão foi tomada, foi reunido um conselho em Roma presidido pelo então imperador Constantino, para serem definidos os dogmas desse novo culto e a organização desta nova igreja, rompendo com séculos de cultura politeísta e implementando um novo culto a uma divindade única que era ao mesmo tempo três (será que o politeísmo acabou mesmo), além de tudo foram incluídos os santos, divindades de um baixo escalão, seguido de arcanjos, anjos, querubins, serafins e assim vai (e o politeísmo, heim?)


Dentre esses dogmas o mais bem estudado foi o do Natal, adorador do deus sol (Apolo) que tinha suas comemorações realizadas no dia 25 de dezembro, Constantino promoveu uma espécie de sincretismo religioso e estipulou tal dia para o pretenso nascimento de Jesus, justificando e mantendo assim as comemorações do dia 25. Maiores informações podem ser colhidas no Discovery Channel e também gostei muito do site http://ceticismo.net/religiao/a-verdadeira-historia-do-natal/.

A questão da troca de presentes é baseada na fábula dos três Reis Magos, que presentearam o menino Deus, com ouro, incenso e mirra, a árvore vem de uma tradição pagã germânica, o famoso Papai Noel baseia-se segundo estudiosos na história de um Bispo da região da Turquia de nome Nicolau, que costumava ajudar as pessoas pobres deixando saquinhos de moedas perto das chaminés das casas.


O que quase não é dito nessa época do ano é que o real espírito natalino é o de renovação, renascimento, a boa nova que a lenda do nascimento de cristo a todo ano revive. Para o povo de Israel o nascimento daquele bebê simbolizou a esperança de uma vida nova, de uma nova era, pelo menos para aqueles que acreditaram e se converteram.

É com esse espírito, meus amigos aqui do blog, sendo vocês religiosos ou não, de renovação das nossa esperanças no futuro, de busca pela felicidade e de reflexão a respeito da nossa vida e dos nossos valores para fazer desse mundo um lugar melhor de se viver...que eu desejo a vocês um Feliz Natal!!!

Um beijo da sua amiga Brizillda!
 




quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Como é difícil ser invisível...




 
Já há algum tempo, na maior parte dos meus dias de trabalho, não tenho companhia para almoçar.

Esse fato às vezes me trás benefícios, pois prefiro comer só a comer ouvindo abobrinhas, (almoçar com aquela colega que se acha o último biscoito do pacote é um saco).

Tais momentos me permitem refletir sobre o meu dia, sobre os meus projetos para o futuro (nem que seja sobre o que vou fazer para o jantar) ou ainda depurar o estresse do trabalho, ou do trânsito.

Acontece que sempre existe aquele dia em que você vai almoçar só e bate aquela tristeza existencial, aquela impressão de que somos invisíveis, pois quietos no nosso canto do restaurante observamos a interação dos grupos, as conversas, os risos e agente ali, sozinho...


Já reparei que até o garçom demora mais tempo para vir nos atender, talvez pensando que estamos aguardando alguém chegar, mas muitas vezes acho que ele está é constrangido.

Sabe, aquele constrangimento solidário que sentimos quando vemos alguém passando vergonha, pois é acho que eles sentem isso em relação ao solitário a mesa.

Vez ou outra reparo um olhar furtivo de pena, vindo das outras mesas, como se eu tivesse levado um bolo no meu acompanhante imaginário, é muito interessante perceber esse tipo de coisa e ser capaz comer, beber, pagar minha conta e sair de cabeça erguida como quem diz: “não preciso de acompanhante, eu me basto!”

Acho que muitas pessoas preferem levar sua própria refeição de casa, por não aguentarem essa pressão social dos olhares por trás dos cardápios.

Eu mesma já estive do outro lado da situação, estava com minha família em uma churrascaria rodízio e ao nosso lado havia um homem comendo só. Ele parecia muito satisfeito, desencanado com a situação, mas mesmo assim achei triste, era um domingo e pensei que não era um dia legal para se comer sozinho.

 Vai ver a mulher dele era vegetariana e deu passe livre para que ele fosse a um rodízio e o cara estava se esfalfando feliz da vida, sei lá, a verdade é que eu não tinha motivo nenhum para sentir pena dele e mesmo assim senti, pois socialmente não somos criados para estarmos sós.

Quando entrei para faculdade uma das primeiras frases que ouvi foi: “ o ser humano é um ser social, se desenvolve a partir da sociedade e para ela”.

Será? Vou ficar mais algum tempo invisível pelos restaurantes da vida e tentar descobrir...

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Transmimento de Pensação...vixe faiô!



   Muito podem achar que é bobagem, crendice, ingenuidade, mas a verdade é que eu acredito em intuição, telepatia, empatia ou seja lá como queiram chamar a habilidade que alguns de nós temos de "sentir" quando pessoas queridas estão sofrendo ou precisando de nós.

   Sempre me vangloriei de ser uma dessas pessoas, algum tipo de sensitiva, pode parecer coincidência mas todas as vezes que alguém morreu na minha família eu não conseguia dormir na noite que antecedia o incidente.

   Quando começava a pensar muito em alguma amiga que não via há tempos e resolvia ligar, parecia que tinha adivinhado, a minha ligação sempre vinha em um momento em que ela estava precisando. Lógico que esse meu "super-poder" pode falhar, até o Super-Homem tem a sua criptonita e a minha são os meus próprios problemas. Quando estou envolvida demais em tarefas exaustivas ou com muitos problemas pessoais, essa habilidade fica prejudicada.


   Tenho um amigo, Michel, que mora no exterior, mas apesar disso nos falamos com frequência. Há algum tempo, nos ajudamos mutuamente em alguns momentos difíceis de nossas vidas e esse tipo de coisa estreita os laços. 

   Acontece, porém, que estou vivendo um daqueles períodos criptonita, trabalhando, organizando obra em casa e os estresses que a mesma provoca. Acabei por negligenciar meu amigo e fiquei sumida dos nossos colóquios via skipe por algumas semanas.

   Quando a poeira, real da obra e metafórica da minha psiquê, abaixou algo ligou o meu sensor aranha (uai, mas não era Supe-Homem!) e comecei a pensar bastante nele, mas aí já era tarde demais para me antecipar  e procurá-lo, no dia seguinte ele me mandou um e-mail, assim como quem não quer nada, parecendo apenas querer notícias.

   Subestimei meu super-poder e, talvez por estar muito atarefada, me sugestionei que ele estava bem, respondi ao e-mail dando notícias e me desculpando pelo sumiço, mas não acenei com a possibilidade de conversarmos.

   Mais uma vez a criptonita me derrubou, o meu sensor aranha não estava com defeito, eu estava. Michel me respondeu ao segundo e-mail, desta vez num desabafo, falando das suas aflições e isso me deixou com gosto de cabo de guarda-chuva na boca. Estava sendo uma péssima amiga, fui egoísta, só pensei em mim, na minha casa nova, na minha obra, no meu trabalho e esqueci que Michel está sozinho, desempregado em uma terra distante.

   Sei que ele está lá por opção, por preferência, mas sei também que a solidão está sendo vivida a dois e isso é muito pesado, até para um cara forte e acostumado com as pancadas da vida como ele. Tentei ajudar da melhor maneira que pude, quebrei algumas promessas que tinha feito a mim mesma de não opinar na vida alheia, mas aquele era um caso especial, eu falhara com meu amigo.

   Michel, estou me sentindo tão culpada de não ter percebido a sua tristeza nas entrelinhas da primeira mensagem, de ter deixado você órfão assim tanto tempo, não se acanhe nem se envergonhe jamais de ter me chamado a minha responsabilidade de  amiga.

   Espero que de alguma forma, mesmo atrasada, mesmo com as nossas divergências de opiniões, eu tenha podido de alguma forma aliviar sua angústia e o ajudado a enxergar uma solução para a sua aflição. Fique bem e um beijo no coração.



quinta-feira, 22 de novembro de 2012

"Para o triunfo do mal só é preciso que os bons homens não façam nada."




A frase título do meu texto de hoje pertence a  Edmund Burke, filósofo irlandês do século XVIII. Particularmente, tenho um apreço todo especial por essa frase, pois essa posição é a minha filosofia de vida.

Existe algo dentro de mim que me impede de ver coisas erradas e nada fazer. Vocês podem dizer que é um conceito de moral muito arraigado, que eu tenho mania de perfeição ou ainda que eu tenho complexo de super-herói, ou seja, que estou sempre querendo defender os fracos e oprimidos.


Muitas vezes tento controlar esse meu impulso, porque nem sempre conseguimos ter uma visão global da situação e o que pensamos, muitas vezes ser uma injustiça, na realidade é apenas a paga que alguém está recebendo por um mau comportamento anterior.

Algumas pessoas são ótimas em fazer papel de vítima, torcendo a verdade dos fatos e nos levando a um erro de julgamento em que, muitas vezes a vítima se torna o algoz. É como o caso daquela sogra que faz da vida do genro um inferno e ainda conta pra todo mundo como ele a maltrata.


Acontece que o fato de eu ser assim, uma pessoa que não aguenta ver injustiça, tem um custo, uma espécie de cansaço estrutural provocado, ou pela quantidade de energia dispendida na busca pelos fatos reais ou os mais reais possíveis ou por tentar ajudar a pessoa prejudicada ou até mesmo, simplesmente, tentando controlar a minha irritação quando nada é possível ser feito.


Acho que nesse último caso é quando eu fico mais exausta, pois o meu EU reluta em aceitar a ideia de que tenho que calar, de que eu não possuo as armas ou o poder para interferir, é difícil, muito difícil, deixar de lado e esquecer, fica aquele gosto amargo na boca. Quem sabe um dia eu aprendo, não a deixar pra lá, não quero deixar esse mundo um dia achando que não fiz o que deveria, mas a não me cansar tanto. Quem sabe um dia...



segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Preguiça...um dos sete pecados capitais.





É pessoas...que coisa mais inofensiva parece ser a preguiça, a princípio não machuca ninguém. Só deveria produzir algum efeito sobre a pessoa que a possui, mas isso, amigos, é um ledo engano.



A preguiça cria pessoas dependentes, encostadas e sanguessugas. Quem nunca se deparou com aquele cara da escola que nunca fazia o dever de casa e pedia para copiar o seu ou que na última hora, quando o trabalho de grupo já estava pronto vinha pedir para colocar o nome dele?

Quando esse cara cresce, vira aquele colega que sai na aba dos outros, arruma mulher mais velha pra ser bancado, vive desempregado porque sempre se acha explorado pelo patrão, pelo colega, pelo raio que o parta!


Todos alguma vez na vida já topamos com um parasita desses, que pode ser também UMA parasita.

A versão feminina até a faculdade se mostra com as mesmas características, depois, no mercado de trabalho, se for bonita, se utiliza dos seus atributos físicos para conseguir emprego e se manter nele, mas na realidade o emprego é apenas uma forma de bancar os seus investimentos para o que realmente interessa, arrumar um marido que a banque.


Se a beleza lhe faltar, mas se sobrar inteligência, ainda pode conseguir se manter sendo a melhor amiga daquela que deu o golpe do baú e usufruir de toda a boa vida que essa amizade pode proporcionar.

 Agora, se não for nem uma coisa nem outra, normalmente fica na aba da família como aquela que vai tomar conta dos pais na velhice ou olhar os filhos da irmã, essas coisas.


A verdade é que essas pessoas dominam a arte de despertar a piedade alheia e com isso manipular as pessoas de forma a se beneficiarem. Não possuem nenhuma deficiência ou incapacidade, apenas falta a elas escrúpulo e sobra preguiça.

Preguiça de correr atrás, de buscar seus próprios caminhos, de cavar suas oportunidades, sempre esperando que as pessoas se apiedem delas para conseguir algo sem fazer esforço. Não querem aprender a pescar, querem sempre ser alimentados pelos outros.


Essa gente que sempre está te pedindo algo, mas quando você precisa, nunca tem como te ajudar. As eternas vítimas de uma sociedade injusta e desigual! E ainda têm a audácia de, ao se deparar com alguém que progrediu com esforço, dizer que o outro teve sorte na vida!

Sorte é o cacete! Vai trabalhar ô vagabundo!

Pronto falei!


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Minha filha...o meu maior sucesso!

   Se existe algo em que eu acho que acertei, ou que venho acertando na minha vida, é na criação da minha filha. Do ponto de vista feminino, é com a mãe que a filha se identifica, é o nosso modelo que ela vai levar para o resto da sua trajetória enquanto ser humano.

   Há muitos anos, quando elaborei a minha monografia, baseei todo o meu trabalho justamente sobre esse assunto. No livro , A Insustentável Leveza do Ser, do grande autor Millan Kundera, uma de suas personágens femininas principais vivia a sombra da imagem da mãe e o espelho era o seu maior algóz.

   Tenho orgulho de ver que minha filha se olha no espelho e não se sente ameaçada pela minha figura, que eu não sou uma mãe superlativa. Emociona-me perceber que ela em muito já me supera, sem perder o amor e o respeito que tem por mim,  percebendo que  a contribuição mais valiosa que eu posso dar a ela é a minha experiência e não meu conhecimento, pois o conhecimento é volátil e a experiência é perene.

   Dizem que temos que deixar nossa marca no mundo, plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Digo a vocês que a arvore pode ser que eu nunca plante, que o livro nunca passe de blog, mas, com certeza a minha filha é o meu best seller!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O peso da existência


   Existe um provérbio tcheco que diz: “Para um cavalo cansado até o rabo é um peso”.
    Essa é uma verdade máxima, temos que reconhecer o nosso próprio cansaço e o alheio. Um cavalo cansado pode, literalmente, morrer.
    Uma lenda africana diz que um rei muito poderoso, a uma certa altura sofreu um revés do destino e foi deposto por seus ministros, condenado a abandonar o lugar que outrora fora seu reino, podendo levar apenas as suas esposas, seu escravo particular e toda a riqueza que coubesse em apenas um cavalo.
    Acontece que uma das esposas, já famosa por sua vaidade e gosto pelo luxo e riqueza, temerosa de viver em penúria, coloca sobre o cavalo tal quantidade de objetos e sacas de ouro e valores, que não muito longe do reino o animal sucumbiu a tamanho esforço, encontrando o seu fim.
    Muitas vezes em nossas vidas achamos que somos assim, o Colosso de Rodes, carregando o peso do mundo em nossas costas, assumindo para nós responsabilidades de outras pessoas, seus problemas, suas agonias.
    Temos a falsa ilusão de que sem nós o mundo não anda, que ele precisa de nós, de nossa assistência, quando ao fim caímos cansados e combalidos, nos deparamos com a triste verdade: ninguém está nem aí!
    O mundo não te espera melhorar, a hora que você não serve mais pra nada, passa por cima e ainda se admira de você ter caído, como se isso fosse um sinal de fraqueza.
    O mundo não é para os fortes, é para os que sabem parecer fracos!

terça-feira, 19 de junho de 2012

Palavras...

   Sumi do blog é verdade, mas tenho uma boa teoria para o que aconteceu ou vêm acontecendo.

   As vezes as palavras não são suficientes para traduzir o que vai no nosso intimo. Como colocar em texto aquela confusão interna que nem nós mesmos conseguimos entender? Como colocar em palavras aqueles pensamentos que nem você mesmo admite que tem?

   Todos nós, algum dia em nossas vidas, tivemos aquele pensamento inconfessável, não só para outrem como para nós mesmos. Como admitir que, momentaneamente, se odiou aquele que se deveria amar, que gostaria de fugir quando o certo é ficar, que não se quer voltar para de onde jamais se saiu?

   Essas e outras verdades inconfessáveis andaram atormentando minha vida nos últimos tempos e hoje, após esse tempo de reclusão para organizar os pensamentos e também a vida, resolvi compartilhar minhas dúvidas e contradições.

   A mais recente questão a atrair e povoar meus pensamentos foi essa bossa do politicamente correto. Sempre tive minhas reservas quanto a chamar aquela senhorinha, que mora na casa ao lado, de representante da terceira idade, que dirá agora que não é mais terceira idade é melhor idade!

    Posso saber o que tem de melhor numa idade em que: seus amigos só sabem falar de doenças ou de exames, ( parece uma competição pra ver quem passou mais a carteirinha do plano de saúde no mês), a musculatura fica flácida, a bunda e os peitos caem, surge a disfunção erétil, o cabelo fica branco, a pele parece que precisa ser passada a ferro e , segundo Eduardo Dussek, o dia em que você levanta da cama e nada dói é porque você morreu.

   Não é só no campo social que o politicamente correto chegou, também em outras áreas do conhecimento como a Medicina e a Psicologia ele está presente. Na minha época de faculdade, falava-se em neuroses fóbicas ou fobias, hoje são transtornos afetivos.

   A psicose maniaco-depressiva virou transtorno bipolar. Na verdade, nada no sofrimento da pessoa mudou. A ciência farmacológica sim, avançou e hoje é capaz de dar um alívio maior a quem padece desses males. Males esses que cada vez mais se mostram relacionados ao estresse do mundo moderno e suas urgências.

   O que vem ocorrendo é uma espécie de seleção natural Darwiniana, as doenças psicológicas ou sofrimentos da alma, como eu prefiro chamar, somente identificam aqueles indivíduos que não estão conseguindo se adaptar a esse novo ambiente, a essa sociedade cada vez mais canibalizante e de valores cada vez mais descartáveis.

   Hoje vivemos na cultura do substituível, o celular mais moderno amanhã está obsoleto e o descartamos rapidamente, pois temos que acompanhar o processo. Quem não acompanha corre o risco de ficar tão ultrapassado e descartável quanto os equipamentos dos quais estão se livrando.

   Nos relacionamentos não é diferente, casamentos cada vez mais curtos, famílias cada vez menores. O namoro saiu de linha, hoje se fica e se troca de ficante a cada novo modelo que surge, é o ficante 3G, 4G, nG. As amizades pessoais também, cada vez mais raras, vêm gradativamente sendo substituídas pelas virtuais. Através de nossos facebooks e twitters nós nos informamos de cada passo e pensamento do amigo, porém, não se pode substituir, pelo menos não no momento, o abraço, o sorriso e aquele olhar de compreensão e cumplicidade que só o verdadeiro amigo sabe dar.

   Dentro em breve estaremos vivendo como no filme do ator Arnold Schwarzenegger - O Vingador do Futuro - recorrendo a implantes de memoria para podermos viajar sem sair do conforto do nosso lar. Confesso que agora fiquei preocupada será que daqui alguns anos estaremos vivendo na Matrix? Vixe! Xô paranóia! Será que ainda se chama paranóia ou será que agora é transtorno persecutivo ou algo do gênero?

   Só sei que o mundo virtual nos dá uma ilusão de proximidade, de conhecimento, que no fundo só nos torna mais isolados e especialistas do superficial. Por um lado encurtou distâncias (hoje falo com um amigo em tempo real que está no Canadá), por outro as aumentou (tenho uma amiga que mora a 15 km aqui de casa que não vejo pessoalmente a 3 anos). Conhecemos de tudo um pouco, mas nada profundamente. Nem a nós mesmos...

sábado, 31 de março de 2012

Os filmes e programas que marcaram a minha vida.

   Como já mencionei aqui anteriormente, sou uma amante da tv e do cinema.

   Nascida na década de 70, no auge da tv no Brasil, onde a figura do televizinho já se tornava um pouco mais escassa devido ao milagre econômico do governo militar, sou cria da babá eletrônica com muito orgulho.

   Venho de uma família de classe baixa do subúrbio do Rio de Janeiro, minha mãe segunda de 6 filhos de um escriturário de repartição pública e de uma dona de casa e lavadeira nas horas vagas.

     Minha mãe casou-se com um também funcionário público remediado e construiu uma casa, das que costumavam chamar de meia-água, nos fundos da casa dos pais, foi nesse local que eu cresci.

    Primeira filha deste casal, não tinha primos, nem vizinhos da minha idade com os quais pudesse brincar.

    Minha mãe, sempre absorta com os afazeres do lar, que eram muitos e sem as facilidades da modernidade como maquina de lavar ou aspirador de pó, enquanto eu ainda era muito pequena utilizava-se do rádio de pilhas como auxiliar na função de ninar-me.

   Posteriormente vindo a substituí-lo pela televisão que prendia a minha atenção tal como um exercício hipnótico.

    Conto a minha história com orgulho, pois tive o privilégio de assistir pérolas da nossa tv, hoje relegada a subproduções alienantes e emburrecedoras tais como big brother, malhação, e programas infantis para crianças debeis mentais tais como teletubies e bananas de pijama.

    Tive a honra de assistir a Paula Saldanha, linda e maravilhosa, apresentando o Tv Globinho, com produções francesas como os Barbapapas, animações feitas em massinha de modelar, argila e até areia, seu programa já falava em ecologia antes do assunto virar politicamente correto.

   
   Daniel Azulay ensinando seus desenhos maravilhosos e plim-plim ensinando origami, a vila sésamo nacional com Araci Balabanian, Armando Bógus, Laerte Morroni e Sônia Braga ainda mocinha.

   O sítio do  Pica-pau Amarelo que me envolvia e me fazia viajar por todos aqueles mundos mágicos que encantaram os meus olhos de menina sonhadora.


    Isso tudo sem falar nos desenhos, que sem o estigma do politicamente correto nos faziam rir com pianos e bigornas que caiam sobre seus personagens, sem contudo sequer feri-los permanentemente, ou alguém pode esquecer do coióte do papaléguas, do ligeirinho, do frajola e do piu-piu, flintistones e o melhor (ou pior) de todos o louco e temido pica-pau.

    No cinema fui agraciada com os filmes do maravilhoso Jerry Lewis que povoam as minhas lembranças mais nostálgicas, de um humor simples e sem apelação, nunca precisou de piadinhas de baixo calão para trazer diversão as pessoas.


    Já na minha adolescência como sou uma romântica inveterada, filmes como Em Algum Lugar do Passado, O Feitiço de Áquila, Ghost e Dirty Dancing, foram pano de fundo para o meu primeiro namoro.

    Até as novelas eram mais novelas, prendiam a atenção do público sem precisar dos nus e cenas de sexo gratuitas distribuídas hoje em dia para disfarçar a falta de criatividade dos  autores, novelas maravilhosas como Ciranda de Pedra, Gabriela, A Sucessora, Pai Herói, Coração Alado e a mais famosa de todas a Escrava Isaura permanecem na memória daqueles que se recusam a aceitar o lixo que nos é empurrado hoje em dia como entretenimento.

    Hoje, com o advento da tv a cabo, algo mudou mas não muito, também tem muita porcaria, porém temos um pouco mais de opção, já o cinema, hoje cheio de tecnologias de ponta que muitas vezes também servem apenas para disfarçar a má qualidade do roteiro, notem pelos últimos filmes do Nicolas Caige, que parece estar fazendo a mesma personagem em 5 ou 6 produções diferentes.

    Sou adepta do cinema noir, dos grandes clássicos - apesar de não ter assistido a alguns -  me orgulho de ter visto por exemplo: Um corpo que cai  e Janela Indiscreta de Alfred Hitchcock, Dublê de Corpo de Brian de Palma, A Noviça Rebelde, Dançando na Chuva, O retrato de Dorian Grey, No Caminho dos Elefantes, Tarde Demais pra Esquecer e tantos outros.

    A tão famigerada tv, que hoje é motivo de tantos questionamentos: se faz bem, se faz mal, quantas horas as crianças devem assisti-la (todos eles com motivo), foi responsável pelos momentos mais maravilhosos da minha biografia infantil e adolescente.

   Agora me contento em garimpar programas aqui e ali que de algum modo me façam sentir de volta aquela doce magia.

   Fiquem a vontade e bom divertimento!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Para onde vão nossos sonhos?

   Quando eu era uma Brizilldinha, adorava brincar com bonecas.

   Brincava por horas, sozinha, pois não tinha primas, nem vizinhas da minha idade e meu sonho era ter uma casinha de bonecas, daquelas grandes iguais as dos filmes de Hollywood.



   Fiz uma coleção inteira de móveis para a minha futura casinha, tinha até o quartinho do bebê, a minha geladeira abria a porta de verdade e também os armários da cozinha.

   O tempo foi passando e eu sempre montava os meus móveis imaginando como iria dispô-los na casa, porém a casa nunca chegou.

   Assim acontece com muitos dos nossos sonhos, sejam eles de criança ou de adulto, muitas vezes investimos anos de nossas vidas num sonho que não acontece ou pelo menos não do jeito que sonhamos.

   Nós na nossa exigência de perfeição acabamos não aceitando uma adaptação a realidade daquele sonho original, sempre querendo o que não nos é possível.

   A casinha não me foi possível, hoje brinco em uma casa de verdade, com móveis de verdade.

   Confesso que as vezes penso na casinha com nostalgia, gostaria de ter tido, mas o importante é que jamais deixei de brincar com os meus móveis de brinquedo na espera da casinha chegar.

   Quando chegou o dia em que brincar de bonecas não era mais uma opção, aqueles brinquedos fizeram a alegria de outras meninas que nem os moveis tinham.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Trinta e Nove anos de reflexão

 




 Era madrugada do sábado de carnaval de 1973, meia-noite e cinquenta, um choro de bebê se ouve naquela maternidade da baixada fluminense.

- É menina, disse o médico.

- Hã? Menino? Perguntou a avó.

- Menina! Respondeu o médico.

- Hã? Perguntou incrédula a avó.

- É uma menina! Repetiu o médico.

- Menina?! A avó ainda incrédula.

-Sim, menina! Confirma o médico,  atônito com a incredulidade da avó, afinal só podia ser menino ou menina, cinquenta por cento de chance para cada lado, porque então a cara de quem ouviu algo improvável ou impossível?

   É, vejam como a vida é, a Brizilldinha aqui já chegou ao mundo dando rasteira no povo, frustrando não só a vovó, como a mãe, que havia se certificado, por todas as simpatias existentes e até com uma visita a um terreiro, de que era um menino.

 Tadinha, que decepção. O único que parecia feliz com a notícia era o pai, que acabara de chegar do baile, já meio caneado, cheio de confete no cabelo, convidando os cunhados pra ir no boteco tomar uma loirinha, o famoso xixi da criança.

   Sabe aquela velha expressão: quem nasceu pra lagartixa, nunca chega a jacaré. Foi o meu caso, o tempo todo via nos olhos da minha mãe a decepção.

   Por mais que eu tentasse, nunca seria um menino, nem que eu me tornasse sapatão, seria apenas uma falsificação, um engodo.

   Todo o esforço do mundo para ser perfeita, boa filha, calma, educada, quieta, ótima aluna, não conseguiam apagar a ausência daquele pequeno pedaço.

   As críticas eram das mais variadas, se aos três anos falava perfeitamente, era uma criança sem graça porque não falava tati-bitati como as outras, se era quieta, era meio moloide, se falava muito, era chata, falava demais, se era inteligente, era chata, sabe-tudo.

   Ou seja, se corresse o bicho pegava, se ficasse o bicho comia.

   Aos seis anos nasceu o tão esperado e sonhado menino que para minha maior infelicidade tinha grandes e lindos olhos azuis.]

   Aquele sim era perfeito, além de ter pinto, tinha olhos azuis, iguais os dela.

   O pai, a essa altura, vivia mais tempo de porre do que sóbrio e na intenção de homenagear o poetinha, grande copo da época, resolveu dar o nome do dito ao garoto.

   Chegando ao cartório esqueceu qual era o nome e tacou Virgílio. Voltou todo orgulhoso pra casa dizendo, o nome do meu filho é igual ao do grande poeta Virgílio de Moraes, sacaram?

   Acho que foi por isso que nunca mais o vi sóbrio, também depois de uma cagada dessas.

   Sei o que vocês devem estar pensando, é isso mesmo, o meu irmão possui o mesmo nome do meu querido primo Virgílio (já citado aqui no texto Oh, dúvida cruel), coisas de família.

   Bem, se a coisa já tava ruim pro meu lado antes imagina depois, virei babá do guri. Se ele fizesse besteira a culpa era minha, se se machucasse a culpa era minha, ou seja, me f...

   Se antes se tentava disfarças a decepção, agora nem isso, era um tal de você tem o nariz muito grande, porque você não alisa esse cabelo, se você ganhar algum dinheiro com esse seu trabalho você bem que podia fazer uma plástica, suas pernas são tortas iguaizinhas as do seu pai.

  Coitado do velho, que a essas alturas já tinha empacotado de cirrose, mas nem em espírito era deixado em paz.

  Agora ai vai a resposta para a pergunta que deve estar afligindo o coração de vocês, porque diabos eu estou escrevendo sobre isso?

  Eu sei lá, vai ver eu sou maluca, igualzinha ao meu pai. (Risos)

quarta-feira, 7 de março de 2012

O último antes dos "enta".

   Bem amigos da rede Brizillda blog de informação, é com imenso prazer que partilho com vocês que mais um ano se passou e eu completei mais uma primavera, ou verão, como queiram.

    Agora mais madura, (vejam: madura não passada), versão 3.9, não carrego mais o vigor da juventude, mas a experiência da balzaquiana e , sendo assim, acabo de descobrir porque os antigos achavam que uma mulher de 40 anos era velha.

    Ao contrário de antigamente, em que o tempo corria placidamente e os meses pareciam anos, agora com a modernidade, ficamos uma média de 13 a 17 anos estudando.

   Com a independência feminina veio a dupla, as vezes tripla jornada de trabalho.

   O mundo contemporâneo modificando a cada minuto e em apenas 3 décadas já vimos o muro de Berlim e a União Soviética caírem trazendo junto todo modelo socialista, vimos a morte de Michael Jackson, Saddan Hussein, Osama Bin Laden, Kadafi.

   Na área da tecnologia, começamos com o vídeo-cassete e hoje já temos i-pods, pen-drives e blu-rays.

   Nossa! Assim, sou eu quem vem se sentindo velha!

   Não física, mas mentalmente ou melhor psicologicamente, já vivi tanta coisa até agora que parece que já passei por duas encarnações sem ter precisado passar desta para melhor.

   Olho para o meu passado e tenho uma sensação de estar me submetendo a uma sessão de terapia de vidas passadas, tal é a discrepância entre o mundo a que eu cheguei e o que me encontro agora.

   Tudo bem, muita coisa melhorou, mas muita coisa também piorou muito!

   Levante a mão quem tem mais ou menos a minha idade e também sente saudades do globinho com a Paula Saldanha, do Sítio do Pica-pau Amarelo com a Rosana Garcia como Narizinho, dos desenhos da Hanna-Barbera nos intervalos entre a novela e o Jornal Nacional, do Plim-Plim e do Daniel Azulay na TVE.

 
 Isso sem falar nas novelas de Janete Clair, que não precisavam de mulheres nuas e nem de seriais killers para ganhar audiência.

   Saudades da bicicleta, dos patins, do autorama, da geleca, pirocóptero, supertrunfo, hoje substituídos por Nitendos e Playstations.

   Saudades dos parques de diversões que não nos matavam, dos bailes nos clubes onde podíamos dar o primeiro beijo e voltar pra casa pensando que nossa vida tinha mudado, substituídos pelos bailes funks onde se faz de tudo e não se muda nada.

    Poderia escrever vários e vários parágrafos sobre a minha nostalgia, mas acho que já me fiz entender.
 
    Sinto, pois, uma estranheza, como se aquela criança que fui não fizesse parte deste mundo, desta realidade, e sim tivesse saído de um dos livros de Monteiro Lobato.

   Talvez seja por isso que o cinema me fascine tanto, que as séries de tv e os livros me sejam tão caros, pois neles mergulho num mundo de fantasia que me lembra os meus tempos de brizilldinha.

    É, meus amigos, depois do ano que vem só saio nos cem! Dá-lhe Niemayer!


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Ano Novo vida velha...

É isso mesmo, não errei o ditado não.

Chegou o tão mal fadado, mal falado, mal cantado em verso e proza, mal cinematografado, ano de 2012, ou seja, por causa de um povinho sem noção, que nem conhecia a roda, todo mundo fica fazendo esse alarde todo de fim do mundo!


Isso faz com que agente já comece o ano achando que levantou com o pé esquerdo ou coisa assim.

Para os mais supersticiosos a coisa piora quando logo no mês de janeiro tem uma sexta-feira treze, isso para esses é o fim, o sinal dos tempos.

É satélite caindo, é o fim do mundo (ora tudo o que sobe tem que descer, não mandaram a porcaria da lata velha pra cima? Agora aguentem).

É navio italiano naufragando - é o segundo Titanic - coisa nenhuma, colocam esses comandantes formados por correspondência, isso é que dá, o estágio dele deve ter sido de comandante de gôndola em veneza, tal a quantidade de M... que a criatura cometeu.

O que ninguém percebe é que o ano é novo, mas a vida continua como era antes.

Para a maioria de nós pelo menos é mesmo emprego, mesma casa, mesma família, mesmo salário (tristeza), acho que esse negócio de fim do mundo é coisa de gente que acha que a vida pode ser mudada sem esforço.

É isso mesmo, sem esforço, quer coisa mais prática do que vir um meteoro e acabar com tudo?

A criatura só precisa sentar e esperar, bela desculpa pra quem não quer nada, né não?

Como eu sou daquelas que acha que nada na vida vem de mão beijada, nem a morte, então vou continuar batalhando, pois acho que ainda dá tempo de fazer um cruzeiro pelas ilhas gregas antes do apocalipse.

Isso se o comandante não resolver jogar o navio em creta ou algo assim.

Fui!