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segunda-feira, 6 de maio de 2013


Resposta a um amigo.

Qual é o nosso limite?
Até onde uma pessoa sã pode suportar antes de surtar?
Como saber até onde ir, quando parar?
Até onde alguém consegue passar por cima de magoas?
É possível, realmente, esquecer?

Respondo a você, amigo, com novas perguntas...

Tenho que admitir que a sua sensibilidade anda mais afiada que nunca,
Que de uma fala coletiva da qual me apropriei, num momento de cansaço e tristeza,
Conseguiste ler-me nas entrelinhas.

Só, amigo, que tenho uma confissão a te fazer...

Essa sua amiga, tem segredos pra você!
Te vende uma imagem que, de alguma forma, você já sabe não ser fiel.
Como pode ser que alguém tão antenado possa ser tão dessintonizado?

Como pode ser que, estando ha tanto tempo ao seu lado, alguém saiba tão pouco a seu respeito?
Como alguém pode ser tão inteligente e, ao mesmo tempo, ter uma percepção tão limitada?
Como fazer alguém ver, aquilo que está a sua frente, mas que se recusa a enxergar?

Agente cansa, amigo, de insistir em mostrar o que o outro não quer ver.
Agente cansa de ter que viver a provar o que o outro já deveria saber.
Agente cansa de ser saco de pancada. (metaforicamente)
O outro não sabe lidar com seus próprios bichos e os joga em cima de você, que nem direito a reclamar tem, pois aí você não é compressivo.
Você tem que “apanhar” e ainda compreender.

Agente cansa de ser cobrado por algo que você dá, mas que o outro não recebe.
Agente cansa de se dedicar e o outro, ainda assim, não achar suficiente.
Agente cansa de tentar agradar e não conseguir, porque, se não for no jeito do outro, não serve.
Agente cansa de viver entre a cruz e a espada...
Entre o calar e se afogar em mágoas e condenar o amor à morte lenta e dolorosa...
Ao falar e ser julgado, condenado e crucificado pelo seu "desamor".



Pois amar é aguentar calado os desaforos e retribuir com carinhos e carícias.
É ser chamado de frio e a noite ter que estar em brasa.
Amar é apoiar o outro mesmo que seja contra você.
É você não se defender para o outro não se sentir atacado.

Sinto saudades do tempo em que eu era amada pelo que eu era e não pelo que eu deixo de ser.
Sinto saudades do tempo em que o meu amor era o "tudo" pra alguém e não o "só isso".

Agora eu te pergunto, até quando eu vou conseguir ficar em cima do telhado tentando ajustar essa antena, antes de cair de lá de vez?

Um comentário:

  1. Saudações, Brizillda!
    Eu criei um artigo que eu nunca transformei em palavras, nunca achei um formato decente para ele mas era exatamente o que eu precisava para responder ao teu post no blog.

    Eu vou tentar fazer este exercício aqui, me perdoe se acontecer de transformar-se numa grande perda de tempo e neurônios. Pode não sair como o esperado.

    O título que vou dar é: A Esporádica Tristeza de Não Ser Cachorro.

    É incrível quando algumas pessoas querida me contam suas tristezas e eu não tenho realmente como ajudar, não há nada que eu possa fazer. Neste momento, eu me sinto como o cachorro querido que vê sua dona chorando e não entende o que é que é pra fazer. Ele abaixa as orelhas, muda o semblante do olhar, chega de mansinho, balança o rabo um pouco pra tentar animá-la, mas se conforma em colar a barriga no chão, se aproximar bem baixinho e colocar a cabeça, por vezes só o focinho, em seu colo. As vezes sacode a cabeça com movimentos suaves como se tentasse coçar a coxa da dona com um queixo que não tem. Parece aquele esfregar que gatos dão nas pernas o tempo todo, mas é muito mais suave, parece que ele quer chorar com a dona em solidariedade.

    Mas infelizmente eu não posso ignorar o fato de que não sou um cachorro, uma reação destas não fica clara vindo de um ser humano, muito menos elegante. Ainda vem um pensamento, não falso, de que o cachorro se limita a fazer isto porque não pode falar nem possui inteligência humana. Uma pessoa deveria poder fazer melhor, conversar, levar uma palavra de conforto, de alívio, ouvir, ajudar a outra a pensar e resolver sua tristeza. Isto torna-me ainda mais invejoso do cachorro porque ele não é cobrado de uma solução como eu sou. Inclusive, quando me vem este preciso pensamento de que a inteligência que me separa do cachorro deveria resolver melhor, me vem a noção de que a pessoa que sofre também é inteligente e minha presunção de que sou mais do que ela me soa completamente inadequada - mesmo para mim que me acho o bonzão. Logo, provado está que se a inteligência resolvesse sobre a questão seria a pessoa a consolar o cachorro e não o contrário, como já foi enunciado de partida.

    Mas que sentido faz uma pessoa querer ser cachorro? A falta de fala, de 2 pernas substituídas por braços e de uma cauda mudam tanto assim a ponto de inviabilizar a mesma ação? Eu não sei, acho que sim mas não tenho certeza. Talvez seja meu medo de ser mal interpretado, colocar minha cabeça sobre as pernas de uma mulher pode ter mais de uma explicação quando não se é um cachorro. Você, minha leitora, aceitaria que um amigo viesse andando até você num momento de tristeza, deitasse no chão e colocasse a cabeça no seu colo sem que ele nada dissesse? Talvez sua resposta me ajude a chegar mais perto do que eu quero, de poder ser cachorro pelo menos por alguns instantes, só o tempo de me solidarizar até você voltar a ser feliz.

    FIM!

    Bom... ficou assim. É uma primeira versão. Vamos ver o que acontece.

    Você, Brizillda, sinta-se tocada por um focinho molhado (não sei bem o porque, eles não são secos quase nunca). É minha maneira de dizer que eu me importo, como se eu tivesse 4 patas.

    Bjs.

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