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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Como é difícil ser invisível...




 
Já há algum tempo, na maior parte dos meus dias de trabalho, não tenho companhia para almoçar.

Esse fato às vezes me trás benefícios, pois prefiro comer só a comer ouvindo abobrinhas, (almoçar com aquela colega que se acha o último biscoito do pacote é um saco).

Tais momentos me permitem refletir sobre o meu dia, sobre os meus projetos para o futuro (nem que seja sobre o que vou fazer para o jantar) ou ainda depurar o estresse do trabalho, ou do trânsito.

Acontece que sempre existe aquele dia em que você vai almoçar só e bate aquela tristeza existencial, aquela impressão de que somos invisíveis, pois quietos no nosso canto do restaurante observamos a interação dos grupos, as conversas, os risos e agente ali, sozinho...


Já reparei que até o garçom demora mais tempo para vir nos atender, talvez pensando que estamos aguardando alguém chegar, mas muitas vezes acho que ele está é constrangido.

Sabe, aquele constrangimento solidário que sentimos quando vemos alguém passando vergonha, pois é acho que eles sentem isso em relação ao solitário a mesa.

Vez ou outra reparo um olhar furtivo de pena, vindo das outras mesas, como se eu tivesse levado um bolo no meu acompanhante imaginário, é muito interessante perceber esse tipo de coisa e ser capaz comer, beber, pagar minha conta e sair de cabeça erguida como quem diz: “não preciso de acompanhante, eu me basto!”

Acho que muitas pessoas preferem levar sua própria refeição de casa, por não aguentarem essa pressão social dos olhares por trás dos cardápios.

Eu mesma já estive do outro lado da situação, estava com minha família em uma churrascaria rodízio e ao nosso lado havia um homem comendo só. Ele parecia muito satisfeito, desencanado com a situação, mas mesmo assim achei triste, era um domingo e pensei que não era um dia legal para se comer sozinho.

 Vai ver a mulher dele era vegetariana e deu passe livre para que ele fosse a um rodízio e o cara estava se esfalfando feliz da vida, sei lá, a verdade é que eu não tinha motivo nenhum para sentir pena dele e mesmo assim senti, pois socialmente não somos criados para estarmos sós.

Quando entrei para faculdade uma das primeiras frases que ouvi foi: “ o ser humano é um ser social, se desenvolve a partir da sociedade e para ela”.

Será? Vou ficar mais algum tempo invisível pelos restaurantes da vida e tentar descobrir...

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