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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Transmimento de Pensação...vixe faiô!



   Muito podem achar que é bobagem, crendice, ingenuidade, mas a verdade é que eu acredito em intuição, telepatia, empatia ou seja lá como queiram chamar a habilidade que alguns de nós temos de "sentir" quando pessoas queridas estão sofrendo ou precisando de nós.

   Sempre me vangloriei de ser uma dessas pessoas, algum tipo de sensitiva, pode parecer coincidência mas todas as vezes que alguém morreu na minha família eu não conseguia dormir na noite que antecedia o incidente.

   Quando começava a pensar muito em alguma amiga que não via há tempos e resolvia ligar, parecia que tinha adivinhado, a minha ligação sempre vinha em um momento em que ela estava precisando. Lógico que esse meu "super-poder" pode falhar, até o Super-Homem tem a sua criptonita e a minha são os meus próprios problemas. Quando estou envolvida demais em tarefas exaustivas ou com muitos problemas pessoais, essa habilidade fica prejudicada.


   Tenho um amigo, Michel, que mora no exterior, mas apesar disso nos falamos com frequência. Há algum tempo, nos ajudamos mutuamente em alguns momentos difíceis de nossas vidas e esse tipo de coisa estreita os laços. 

   Acontece, porém, que estou vivendo um daqueles períodos criptonita, trabalhando, organizando obra em casa e os estresses que a mesma provoca. Acabei por negligenciar meu amigo e fiquei sumida dos nossos colóquios via skipe por algumas semanas.

   Quando a poeira, real da obra e metafórica da minha psiquê, abaixou algo ligou o meu sensor aranha (uai, mas não era Supe-Homem!) e comecei a pensar bastante nele, mas aí já era tarde demais para me antecipar  e procurá-lo, no dia seguinte ele me mandou um e-mail, assim como quem não quer nada, parecendo apenas querer notícias.

   Subestimei meu super-poder e, talvez por estar muito atarefada, me sugestionei que ele estava bem, respondi ao e-mail dando notícias e me desculpando pelo sumiço, mas não acenei com a possibilidade de conversarmos.

   Mais uma vez a criptonita me derrubou, o meu sensor aranha não estava com defeito, eu estava. Michel me respondeu ao segundo e-mail, desta vez num desabafo, falando das suas aflições e isso me deixou com gosto de cabo de guarda-chuva na boca. Estava sendo uma péssima amiga, fui egoísta, só pensei em mim, na minha casa nova, na minha obra, no meu trabalho e esqueci que Michel está sozinho, desempregado em uma terra distante.

   Sei que ele está lá por opção, por preferência, mas sei também que a solidão está sendo vivida a dois e isso é muito pesado, até para um cara forte e acostumado com as pancadas da vida como ele. Tentei ajudar da melhor maneira que pude, quebrei algumas promessas que tinha feito a mim mesma de não opinar na vida alheia, mas aquele era um caso especial, eu falhara com meu amigo.

   Michel, estou me sentindo tão culpada de não ter percebido a sua tristeza nas entrelinhas da primeira mensagem, de ter deixado você órfão assim tanto tempo, não se acanhe nem se envergonhe jamais de ter me chamado a minha responsabilidade de  amiga.

   Espero que de alguma forma, mesmo atrasada, mesmo com as nossas divergências de opiniões, eu tenha podido de alguma forma aliviar sua angústia e o ajudado a enxergar uma solução para a sua aflição. Fique bem e um beijo no coração.



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