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sexta-feira, 6 de março de 2015




Crise de meia idade?


Andei com saudades de escrever pra ninguém ler. Se bem que não escrevo pra ninguém, tenho os meus leitores cativos. Deixa eu ser mais clara, tenho saudades do anonimato, hoje tudo é tão publico, mal falamos algo e já está no Facebook, twitter, vira meme.

Hoje estou especialmente triste, uma tristeza que não sei explicar, não consigo explicar. Tecnicamente deveria estar feliz, vou comemorar meu aniversário com colegas, deveria estar animada, mas não estou. Conforme o tempo passa e a hora se aproxima vou me sentindo mais e mais angustiada.

Talvez porque uma das minhas melhores amigas por motivos de trabalho não poderá vir, eu sei que isso não é motivo e realmente não é isso que me chateia, o que me chateou foi ela não ter se dado ao trabalho de me avisar que não poderia vir, se eu não procurasse, não perguntasse talvez não tomasse conhecimento. Essa mesma amiga me prometeu uma visita há mais de um ano e está sempre inventando desculpas pra não ir lá em casa.

Tive outra amiga que as coisas começaram a se comportar da mesma forma e hoje não sei dizer se ela é mais minha amiga, pois não me procura, não me liga, não me visita e os parabéns no aniversário foram frios e distantes, não era o que eu esperava.

Vai ver que o erro é meu por esperar muito das pessoas, no corre-corre da vida moderna as pessoas não tem tempo de cultivar suas amizades, o problema é que eu não me conformo com isso. Eu acho que a pessoa não vai perder o emprego, o marido, os filhos não vão morrer de fome se ela tirar 5 minutos para escrever um texto bonitinho pelo aniversário de uma pessoa que considerava amiga há bem pouco tempo atrás. O que aconteceu? Essa amizade foi rebaixada?

Tenho tão poucos amigos que, quando penso que perdi mais um sinto solidão. Será que sou uma pessoa tão desinteressante assim? Será que não tenho nada mais a contribuir para a vida dessas pessoas que me torno plenamente dispensável desse jeito? Ou será que essa melancolia toda é apenas uma crise de meia idade?

Me digam vocês, agora meus únicos dois leitores fieis!

Um comentário:

  1. Sem mais delongas: você é especial. Especialmente boa, especialmente legal, especialmente útil...
    Eu já percebi que muitas pessoas, eu incluso, têm a mania de encarar sua história de vida focando mais no que perdeu do que no que ganhou. Acho que há uma razão para isto, você pode achar uma nota de 100 pratas e não se considerar super capaz, no máximo sortudinha, mas perca uma nota de 100 que você sentirá que está desatenta, irresponsável, relapsa, ...
    Amizades também são assim, a gente ganha e perde mas dificilmente se dá conta do valor que tem o ganho enquanto que o perder é amargo, sombrio, cheio de significados ruins.
    Um antigo amigo me disse que a beleza da amizade não estava em ficar sempre colado um no outro, estava em ser capaz de colocar uma vírgula e continuar escrevendo. Assim, os amigos de verdade, mesmo que tenha se passado um longo período, não usam a ausência como um argumento ruim, apenas aceitam que cada um se distanciou para alcançar coisas que estavam mais longe e quando se encontram, colocam uma vírgula e continuam escrevendo.
    Não deixe as reticências te roubarem mais do que a suspensão da fluidez do texto. Entenda também que o tempo muda as pessoas e a pessoa que era sua amiga há 10 anos atrás já não existe mais, em 10 anos ela se tornou outra pessoa que viu, pensou, ouviu, sentiu coisas que a fizeram bem diferente daquela que você conhecia. Você também
    mudou.
    Quanto à sua cise de meia-idade, ela é feita de fumaça, basta você deixar que ela se desfaaz com uma boa arejada.
    Interessante? Não só isto, você é necessária, tanto que está presente mesmo quando não está. São as lembranças que você deixou que me confortam em muitos momentos da minha vida. Tal qual um livro que fica em uma biblioteca e fala por anos após a morte do autor, você fala mesmo quando não fala, porque você falou, você se repete e influi.
    Você vale seu peso em ouro, creia.
    Aquele abraço!

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