Após o meu post Minhas Séries (parte 1), me surpreendi com o quanto a minha mente foi capaz de retroceder para lembrar daquela quantidade de séries, já perdidas no tempo.
Uma em especial chamou minha atenção, A Poderosa Isis, pois jamais havia mencionado, nada a respeito da série em questão.
Confesso que nunca mencionei a série antes por pura vergonha, esta série estava para mim, como Nacional Kid e Super-homem esteve para uma geração de meninos.
Tendo sido a primeira série que me lembro de ter acompanhado nos idos de 1978, ou seja, quando eu era uma Brizilldinha de 5 anos de idade, foi uma inovação para a época, visto que contava com uma mulher no papel de heroína e ainda com super-poderes (A série foi lançada nos EUA em 1975 e a A Mulher-Maravilha foi lançada posteriormente em 1976).
Senti vergonha de contar como eu fingia ser a heroína e queria voar, ter os poderes dos deuses para fazer chover, ventar, ter força. Cheguei a colocar um pano na cabeça, preso por uma fita, para imitar os longos cabelos de Isis.
Achando muito bonitinha a minha confissão, resolvi ir a internet ver se encontrava o original da série disponível para adquirir ou mesmo no youtube. Tendo conseguido adquirir toda a primeira temporada da série original em inglês sem legenda, não havendo cópias dubladas para venda.
Ao assistir os dois primeiros episódios é impossível não estranhar a estética da época, calças boca de sino, óculos com armações enormes, camisas com estampas psicodélicas à moda Agostinho Carrara (A grande família), o inglês correto de fácil entendimento.
Em tempos de Jessica Jones, outra heroína com poderes, em que a personagem possui seu próprio negócio, usa apenas jeans e casaco de couro, bebe Whisky como se fosse água e na Nova Iorque do século 21, assistir uma série como A Poderosa Isis é um testemunho sobre a evolução dos tempos, da tecnologia, da moda, dos costumes.
Os EUA viviam o pós guerra do Vietnã, o auge da guerra fria, a corrida armamentista, um ano mais tarde a União Soviética invadiria o Afeganistão, dois anos depois o Iraque invadiria o Irã.
Não podemos deixar de relacionar o grande aparecimento de personagens heroicos nas séries americanas da época, na sequencia de Isis, tivemos Shazam, A Mulher Maravilha, O homem de 6 milhões de dólares, A mulher biônica, O Incrível Hulk, sem contar com os seriados policiais como S.W.A.T, As panteras, Kojak, Hawai 5-0, etc, com a situação geo-politica do país à época, mas isso são só conjecturas não vou me arvorar aqui a me aprofundar em tema tão complexo.
Na verdade o que eu queria dizer com todo esse blá, blá, blá é que revendo essa série percebi o quanto éramos inocentes, como se vivia sem celular e outras traquitanas tecnológicas.
Bateu nostalgia sim, mas saudades, essa não, não gostaria em momento algum de voltar.
Bateu nostalgia sim, mas saudades, essa não, não gostaria em momento algum de voltar.
Não se pode negar os ganhos do progresso, podemos reconhecer o seu custo, para a sociedade, para o ecossistema, para a cultura, mas jamais desqualificar as conquistas.
Assistir essa série foi como entrar num museu, com a diferença que aquele museu um dia foi a minha casa, a minha escola, o meu bairro, o meu pais, o meu mundo.
Deixo vocês com esse pensamento:
Será que em alguma outra época da história se viveu uma evolução na ciência e na tecnologia tão grande, em apenas 30 anos, a ponto de termos esse sentimento de que todo o nosso passado é obsoleto?
Será que em alguma outra época da história se viveu uma evolução na ciência e na tecnologia tão grande, em apenas 30 anos, a ponto de termos esse sentimento de que todo o nosso passado é obsoleto?
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